
A princesa Hara vivia em um castelo envolto em tons frios e esverdeados, onde até o ar parecia carregar segredos antigos. Seu vestido lilás, quase roxo, contrastava com a melancolia das paredes, mas seu sorriso irradiava uma luz própria.











Certa manhã, enquanto passeava pelos jardins de hera negra, um sussurro ecoou em sua mente: "Volte...". O chamado era urgente, quase doloroso. Ela correu para o castelo...



...mas, ao entrar no castelo, em vez de seguir adiante, hesitou diante de um baú esquecido no corredor. Lá dentro, um vestido marsala brilhava sob a penumbra. Hara tocou o tecido, mas recuou — não era hora.
No dia seguinte, Hara vestiu o marsala. O tecido quente parecia vibrar em sua pele, como se a cor carregasse um propósito. Seguiu para a floresta, onde a névoa já se acumulava entre as árvores.



Na floresta, raios de sol filtravam-se pelas copas, acariciando seu rosto enquanto caminhava. Hara girou, fazendo o vestido marsala formar ondas escuras.











Esse movimento sempre a conectava a algo maior: ela sentia o vento contar histórias, as raízes sussurrarem mistérios. O chamado, porém, persistia, guiando-a de volta ao castelo…





Ao anoitecer, o chamado levou-a a um castelo em ruínas, suas torres rasgando o céu estrelado. Uma voz ordenou: "Gire".
Ela rodopiou, o marsala misturando-se às sombras. Nada aconteceu. Frustrada, sentou-se no chão frio. Faltava algo. Enquanto observava a lua, lembrou-se das histórias de infância: "A magia é paciente". Decidiu esperar. Quando um frio metálico tocou seu ombro — mas ela não viu nada.
Hara procurou o outro castelo, a noite caía, vestindo o marsala que agora brilhava como fogo. "Gire", repetiu a voz. Ela obedeceu, e o solo tremeu.

Das profundezas da terra, um cavalo de bronze emergiu, olhos âmbar fixos nela. Cada giro do vestido fazia o animal aproximar-se, até que encostou o focinho em sua mão.



Imagens invadiram sua mente: um livro esquecido sob uma árvore ancestral.
Horas depois, Hara estava em um parque, sentada sob uma magnólia cujas flores caíam como confetes dourados. O sol tingia seus cabelos de luz, e o vestido marsala reluzia. Nas mãos, um livro aberto mostrava ilustrações do cavalo de bronze... e de uma princesa de vestido lilás.



Hara riu, rodopiando até as páginas voarem. Quando o vento as recolocou em suas mãos, o cavalo na ilustração parecia piscar.


"Imaginação ou verdade?", sussurrou, fechando o livro. Não importava. Enquanto a luz a aquecia, Hara sabia que, enquanto girasse seu vestido, mundos nasceriam de suas costuras.
De onde essa história?
Antes de tudo preciso dizer que minha mente ferve de ideias, com certa frequencia, mas na maior parte das vezes não consigo colocá-las pra fora ou simplesmente não tenho tempo de criar tanta coisa. Já faz um tempo que penso meu trabalho como fotógrafo e/ou videomaker como sendo algo que impacte as pessoas que alguma forma, não só por um trabalho bonito. A arte é uma forma de expressão, de se expressar.
Por isso tento construir histórias baseado no que sinto e vivencio com cada pessoa, em cada situação, buscando o que cada um tem de singularidade.
Quando fiz a reunião com a Rafa e seus pais, a todo tempo eu tentei identificar coisas nela que fizessem com que esse trabalho fosse diferente de outros 15 Anos que fotografei. Como fizemos uma reunião on-line, obviamente não consegui ir muito longe na minha busca por referências, mas o que eu fiquei sabendo que seria uma festa com o tema de Baile de Inverno.
As coisas ficaram mais claras quando ela começou a mandar as referências de fotos que ela imaginou e também as fotos do vestidos do Ensaio Fotográfico, ali vieram muitas possibilidades na minha cabeça.
Assim, criei na minha mente uma história, como se eu tivesse criando um roteiro de filme, mas precisava adaptar isso a realidade das locações, looks e principalmente da debutante. Sempre sorrindo, ela é uma querida, fácil de fotografar e linda. Fui para o Ensaio tentando contar essa "estória".
E dessa forma as coisas convergiram tão bem, que fui surpreendido até com um cavalo de bronze. Aí foi só juntar tudo isso e criar esse Filme Fotográfico, como se eu tivesse fazendo a direção de fotografia de um filme cinematográfico.
As fotos foram feitas no meio do verão, com muito calor, aí tive que puxar o tratamento de cor para algo mais frio, pois o tema da festa era Baile de Inverno. Além disso, na coloração das fotos, trabalhei as sombras para tons esverdeados, dando essa cara de cinema.
Como eu não sabia se a Rafa e seus pais gostariam dessa pegada, resolvi enviar as fotos sem esse tratamento mais pesado, mas ainda assim mais frio.
Aí criei a história acima!
Espero que tenham conseguido imaginar as cenas como eu imaginei...
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